
Ana Paula Maia
R$ 27,10 até R$ 29,66
ISBN-13: 9788535930672
ISBN-10: 8535930671
Ano: 2018 / Páginas: 136
Idioma: português
Editora: Companhia das Letras
Edgar Wilson é “um homem simples que executa tarefas”. Trabalha no órgão responsável por recolher animais mortos em estradas e levá-los para um depósito onde são triturados num grande moedor. Seu colega de profissão, Tomás, é um ex-padre excomungado pela Igreja Católica que distribui extrema unção aos moribundos vítimas de acidentes fatais que cruzam seu caminho. A rotina de Edgar Wilson, absurda em sua pacatez, é alterada quando ele se depara com o corpo de uma mulher enforcada dentro da mata. Quando descobre que a polícia não possui recursos para recolhê-lo — o rabecão está quebrado —, o funcionário é incapaz de deixá-lo à mercê dos abutres e decide rebocar o cadáver clandestinamente até o depósito, onde o guarda num velho freezer, à espera de um policial que, quando chega, não pode resolver a situação. Nos próximos dias, o improvisado esquife receberá ainda outro achado de Wilson, o lacônico herói deste desolador romance kafkiano: desta vez o corpo de um homem. Habituados a conviver com a brutalidade, Edgar e Tomás não se abalam diante da morte, mas conhecem a fronteira, pela qual transitam diariamente, entre o bem e o mal, o homem e o animal. Enquanto Tomás se empenha em salvar a alma, Edgar se preocupa com a carcaça daqueles que cruzam seu caminho. Por isso, os dois decidem dar um fim digno àqueles infelizes cadáveres. Em sua tentativa de devolvê-los ao curso da normalidade, palavra fugidia no universo que Ana Paula Maia constrói magistralmente, os dois removedores de animais mortos conhecerão o insalubre destino de seus semelhantes. Com uma linguagem seca, que mimetiza as estradas pelas quais o romance se desenrola, a autora faz brotar questões existenciais de difícil resolução. O resultado é uma inusitada mescla de romance filosófico e faroeste que revela o poderoso projeto literário de Maia.
Demorei um pouco para concluir este livro, literatura
nacional não é o meu forte, mas sempre procuro um desafio na leitura que quero
fazer, e dessa vez o escolhido foi “Enterre seus Mortos”, livro da autora Ana
Paula Maia, e que me surpreendeu pelo realismo que muitos de nós não estamos acostumados a ver.
Edgar Wilson é um removedor de animais mortos, ele trabalha
em uma empresa recolhendo bichinhos que foram mortos na estrada, na mata ou em
locais de difícil acesso, ele tem uma rotina bastante regrada: casa – trabalho.
Junto com Tomás, um ex-padre excomungado, que trabalha na mesma empresa,
são amigos/colegas de longa data. Nessa situação, em um determinado ponto do
livro, Edgar encontra um cadáver de uma mulher enforcada na mata, e por causa
da polícia não possuir recursos para levar o corpo ao IML, nosso protagonista
se vê envolvido nessa situação.
Nesse livro vemos vários temas serem debatidos, a religião,
a diferença do animal para o homem, a fé, o perdão. Uma coisa que preciso
frisar neste livro, é como a gente vê o homem sendo tratado pior que um animal. São situações adversas ao nosso dia a dia que percebemos como a realidade está
muito fora do nosso alcance, essa metáfora é bastante trabalhada ao longo da
obra.
Por não ser um gênero que leio habitualmente, a autora atrai
com o título da obra uma percepção diferente, quando começamos a ler sabemos
que ele remove corpos de animais, trabalha acreditando que a morte o segue, mas
o relacionamento com os animais é totalmente fora de questão, ali o homem é
moribundo, pode ficar largado no mundo, MAS os animais são recolhidos porque é
o trabalho dele, e Edgar é uma pessoa que cumpre ordens.
No decorrer da história, a situação em que Edgar Wilson se
mete, é necessário que a leitura seja feita com bastante atenção, são cenas que
ao ler sua imaginação trabalhará algumas cenas pesadas, e para quem tem
estomago fraco, não recomendo muito.
A capa traz um significado às aves e como Edgar utiliza-se
delas para ter informações primeiro, principalmente dos abutres, na leitura
analisamos como o trabalho rotineiro já tem sinais que não precisam nem ser
informadas ao nosso protagonista, porque ele já sabe. O titulo faz referencia a
uma frase dita no livro, além de ter uma diagramação simples e bem trabalhada.
Portanto, se você é adepto a literatura brasileira e livros
que te façam pensar sobre questões existenciais, algo bastante abordado pelo
nosso protagonista, recomendo essa leitura, um livro que pode muito bem ser
estudado e lido para tirar lições para a vida.
Essa é a primeira resenha que leio sobre o livro e confesso que fiquei intrigada pela premissa. Quando o livro foi lançado, o que chamou a minha atenção foi o título, que na minha opinião é bem impactante.
ResponderExcluirAinda estou em dúvida se irei ou não realizar a leitura no futuro.
Bjkas
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